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Transtorno de acumulação

 

Dificuldade extrema e duradoura de se desfazer de objetos, problema afeta homens e mulheres na mesma medida e atinge 2 % a 5% da população, o que o torna mais prevalente do que a esquizofrenia.

Pessoas que compram e guardam objetos, mesmo que não sejam úteis. É comum ver crianças,e adultos colecionarem moedas, bonecas, fugurinhas, roupas, etc. As vezes se apegam tanto a seus pertences que passam a considera-los extensões de si mesmas, apegando-se de masiadamente neles.Quando chega a situações extremas caracteriza-se por disturbio de acumulação,ainda pouco compreendido pela ciência.Estudos recentes sugerem que o distúrbio resulta de uma desregulação da tendência adaptativa de manter recursos para sobrevivência.

Freud considerava a acumulação um sintoma relacionado a fase anal, decorrente do treinamento do banheiro excessivamente rígido,mas é possível encontrar outras teorias para complementar.

A tendência a acumulação, geralmente é comum em pessoas mais pobres, mais idosas, e propensas a transtorno de humor e ansiedade.

A quinta edição do manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais CDSM-S da Associação Americana de Psiquiatria reconheceu acumulação patológica como um distúrbio distinto do TOC. De acordo com o manual,o transtorno é caracterizado por dificuldades extremas e duradouras de se desfazer de bens,mesmo que não tenham nenhum valor tangível. Pessoas com esse problema enfrentam fortes impulsos para reter objetos e se tornam extremamente ansiosas ao pensar em jogá-los fora. Não falamos aqui de uma simples bagunça, o caso é bem mais grave; a casa ou local de trabalho são tão desorganizados, que o espaço se torna inutilizado,numa situação que pode gerar intensa angustia,e prejudicar as atividades cotidianas. Pessoas com o transtorno costumam ajuntar livros, revistas, jornais, roupas, que nunca usam,podem ajuntar até animais.

O transtorno de acumulação pode chegar a proporções graves e até levar a morte, quando os pacientes deixaram o espaço em que viviam inabitável.

É comum as pessoas com o transtorno atribuem aos pertences qualidades semelhantes as humanas, como sentimentos, apesar de saberem que é irracional. Alguns pesquisadores acreditam que a patologia pode ser hereditária.

Alguns tipos de terapia podem ajudar a reduzir a gravidade do problema.


Revista Mente Cérebro n. 252
Autores: Scott O. Lilienfeld, Arkowitz (psicólogos)



 

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